- 8 de out.
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Realizada em Palmas no dia 30 de agosto de 2025, conferência consolidou as propostas das etapas regionais e avançou no debate sobre políticas de saúde e inclusão no esporte.
Palmas (TO) — A 4ª Conferência Estadual dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+ do Tocantins, realizada em 30 de agosto de 2025, reuniu representantes do poder público, da sociedade civil e dos movimentos sociais para consolidar as propostas construídas nas três conferências regionais de Gurupi, Araguaína e Palmas. Com foco em enfrentamento à violência, trabalho digno, interseccionalidade e institucionalização das políticas públicas, o evento destacou a centralidade da saúde e da inclusão como pilares da cidadania LGBTQIA+.
Os debates reforçaram a necessidade de articulação federativa entre os três níveis de governo para combater a violência e promover igualdade de oportunidades. O eixo sobre trabalho e renda apresentou propostas para criação de cursos profissionalizantes gratuitos e fortalecimento de políticas afirmativas no mercado formal e informal. Já no eixo da interseccionalidade, as discussões enfatizaram o acolhimento de migrantes e refugiados LGBTQIA+, além da incorporação de recortes étnico-raciais e territoriais nas políticas públicas.
Um dos temas de maior destaque foi o da saúde LGBTQIA+ e o enfrentamento ao HIV/AIDS. As propostas aprovadas incluíram a descentralização do atendimento com criação de pontos de acolhimento em bairros periféricos como Taquaralto, ampliação do acesso à PrEP e antirretrovirais, e capacitação permanente de profissionais de saúde para atendimento sem estigma e com abordagem interseccional. Também foram sugeridas campanhas educativas com o uso de mídias e influenciadores, além de um sistema de monitoramento contínuo dos indicadores de acesso e adesão ao tratamento.
Durante a plenária final, foram aprovadas três moções: uma de repúdio à Confederação Brasileira do Desporto Universitário (CBDU) por práticas excludentes contra atletas trans; uma de aplausos a Lucrécia Borges Barbosa e Jotta Nunes pela atuação na defesa dos direitos LGBTQIA+; e uma moção pela inclusão de pessoas trans no esporte universitário, que reivindica regras claras, políticas de acolhimento e campanhas educativas nos Jogos Universitários.
A conferência também validou a eleição de 25 pessoas delegadas das três regiões do estado para representar Tocantins na etapa nacional. O evento foi encerrado com a deliberação pela entrega de um documento oficial com as propostas aos chefes dos Três Poderes do Estado e pela publicação do relatório final com todas as deliberações.
Com ampla participação regional e foco em temas estruturantes, a conferência reafirmou o papel de Tocantins na construção de políticas públicas inclusivas e efetivas, demonstrando que a defesa dos direitos LGBTQIA+ passa pela garantia de saúde, educação, trabalho e dignidade para todas as pessoas.