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Etapas estaduais preparam debates históricos para o desenvolvimento de políticas públicas.

  • Foto do escritor: ConLGBTQIA+
    ConLGBTQIA+
  • 16 de abr.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 8 de mai.

Entre maio e agosto de 2025, todos os estados brasileiros e o Distrito Federal realizarão suas conferências locais como parte do processo preparatório para a 4ª Conferência Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, marcada para outubro na capital federal. Esse amplo processo de discussão descentralizada representa um marco na retomada das políticas públicas para a população LGBTQIA+ após sete anos de interrupção.


A realização de etapas estaduais antes da conferência nacional não é mero formalismo, mas uma necessidade democrática. Num país continental como o Brasil, onde cada região apresenta realidades sociais, econômicas e culturais distintas, é fundamental que os debates sobre direitos LGBTQIA+ considerem essas particularidades. O Distrito Federal abre o ciclo de discussões em 7 e 8 de maio, seguido por estados como Acre (14 e 15 de maio), Sergipe (18 de julho) e Mato Grosso (11 a 13 de junho).


As conferências estaduais cumprem papel estratégico ao permitir que demandas locais sejam levantadas e transformadas em propostas concretas. No Norte, por exemplo, onde o Amazonas realiza sua conferência em 14 e 15 de julho, os debates devem destacar os desafios específicos enfrentados por travestis e transexuais em comunidades ribeirinhas, além da necessidade de políticas de saúde que alcancem áreas remotas. Já no Nordeste, estados como Pernambuco (16 a 18 de junho) e Bahia (5 e 6 de agosto) trazem para o centro do debate os alarmantes índices de violência contra pessoas trans - a região concentra 58% dos assassinatos de travestis e mulheres trans no país.


Na região Sudeste, economicamente mais desenvolvida, as discussões assumem outros contornos. São Paulo (1 a 3 de agosto) e Rio de Janeiro (6 a 9 de agosto) devem focar em políticas de empregabilidade e programas como o "Transcidadão", que qualifica pessoas trans para o mercado de trabalho. O Espírito Santo (1 a 3 de agosto) também integra essa discussão regional, evidenciando como mesmo em uma mesma região os desafios podem variar significativamente.


O Centro-Oeste, por sua vez, traz para o debate temas como os direitos LGBTQIA+ no contexto do agronegócio, com destaque para a conferência de Mato Grosso (11 a 13 de junho), Goiás (22 a 23 de agosto) e Mato Grosso do Sul será dia 21 e 22 de agosto. Já no Sul, onde o Rio Grande do Sul realiza seu encontro em 27 a 29 de junho, a discussão deve abordar estratégias de resistência ao avanço de discursos anti-LGBTQIA+ em cidades do interior.


Cada uma dessas conferências estaduais elegerá delegados que levarão as demandas regionais para a etapa nacional. Esse processo garante que o Plano Nacional de Promoção dos Direitos Humanos e da Cidadania das Pessoas LGBTQIA+, principal resultado esperado da conferência de outubro, reflita efetivamente as necessidades de toda a população. Mais do que eventos isolados, as etapas estaduais formam um grande movimento nacional pela garantia de direitos, mostrando que a diversidade brasileira exige políticas públicas igualmente diversas e capazes de responder aos desafios específicos de cada território.


Com o tema "Construindo a Política Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+", esse amplo processo participativo representa uma oportunidade histórica para transformar as lutas do movimento em políticas de Estado permanentes. A realização das conferências estaduais ao longo de 2025 demonstra o compromisso do governo federal em ouvir a população LGBTQIA+ em toda sua diversidade regional, antes de definir as diretrizes nacionais que guiarão as políticas públicas para os próximos anos.





 
 
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